quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Dica de elaboração de texto dissertativo


Sugestão para elaborar texto dissertativo

A primeira providência é perguntar ao tema por quê?

Escolha duas ou três respostas, que serão utilizadas como argumentos no desenvolvimento.

Por exemplo:"As cidades modernas estão tornando-se desumanas."

Por quê?
1. Tem ocorrido o inchaço populacional.
2. O trânsito torna-se a cada dia mais violento.
3. A poluição prejudica a saúde do homem.
Depois de escritas as respostas, pense na introdução:
Introdução:
Para elaborar a introdução, pode-se reescrever o tema, reestruturando-o sintaticamente. Para isso, utilize suas próprias palavras, não apenas substituindo as do tema por sinônimos e apresente os três argumentos das respostas. Por exemplo:
"Viver bem nas cidades modernas, a cada dia que passa, torna-se mais difícil, pois o número de habitantes tem aumentado exageradamente, a violência no trânsito parece ter-se tornado incontrolável e os índices de poluição crescem cotidianamente, o que leva as metrópoles a serem consideradas desumanas."
Pronto. Eis aí um rascunho da introdução. Depois, passe-o a limpo, aprimorando-o, ou seja, melhorando sua estrutura sintática.
A introdução deve conter aproximadamente 5 linhas.
Desenvolvimento:
O desenvolvimento da redação é a apresentação dos argumentos, cada um em um parágrafo diferente, utilizando elementos concretos, exemplos sólidos, que sejam importantes para a sociedade de um modo geral.
No primeiro parágrafo do desenvolvimento da redação citada, argumenta-se sobre as causas e as conseqüências do inchaço populacional, exemplificando.
No segundo parágrafo, discute-se acerca do trânsito, que está cada dia mais caótico e violento.
No terceiro parágrafo, apresenta-se a poluição como elemento importante na discussão sobre a desumanização das cidades modernas.
Cada parágrafo do desenvolvimento também deve conter aproximadamente 5 linhas.
Conclusão:
A conclusão pode iniciar-se com uma expressão que remeta ao que foi dito nos parágrafos anteriores, tentando buscar uma solução. A ela deve seguir-se uma reafirmação do tema e um comentário sobre os fatos mencionados ao longo da dissertação. Por exemplo:
"É imprescindível que todos os cidadão se conscientizem de que cada um deve tentar minimizar os problemas urbanos, diminuindo os índices de poluição, racionalizando o trânsito e conseguindo moradia decente para todos. Só assim se conseguirá viver humanamente nas cidades modernas."
Esse foi o objetivo escolhido antes de iniciar a dissertação: a conscientização de que, se os principais problemas das grandes cidades não forem diminuídos, não haverá possibilidades de se viver humanamente.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Dicas para iniciar texto dissertativo








Introdução
A introdução da dissertação traz ao leitor o tema a ser discutido além de, muitas vezes, trazer sob qual ângulo a questão será discutida. Dessa forma, é ela quem provoca no leitor o primeiro impacto, é ela a apresentação de seu texto e, portanto deve ser muito bem trabalhada, o que não é tão difícil, pois há várias boas maneiras de começar uma dissertação. As formas abaixo são algumas possíveis, mas, certamente, não são as únicas.


Tipos de Introdução
Roteiro: Como em toda introdução, o tema deve estar presente. Além disso, neste tipo é apresentado ao leitor o roteiro de discussão que será seguido durante o desenvolvimento. Para exemplificação, suponhamos o tema:
A questão do menor no Brasil
Uma possível introdução seria:
Para se analisar a questão da violência contra o menor no Brasil é essencial que se discutam suas causas e suas conseqüências.
· O principal defeito em uma redação que utiliza este tipo de introdução é seguir outro roteiro que não seja o nela citado.
Hipótese (hipo) tese: Este tipo de introdução traz o ponto de vista a ser defendido, ou seja, a tese que se pretende provar durante o desenvolvimento. Evidentemente a tese será retomada – e não copiada - na conclusão.
Vejamos um exemplo para o mesmo tema (A questão do menor no Brasil):
A questão da violência contra o menor tem origem na miséria - a principal responsável pela desagregação familiar.
· O principal risco desse tipo de introdução é não ser capaz de realmente comprovar a tese apresentada.
Perguntas: Esta introdução constitui-se de uma série de perguntas sobre o tema.
Exemplo:
É possível imaginar o Brasil como um país desenvolvido e com justiça social enquanto existir tanta violência contra o menor?
· O principal problema neste tipo de introdução é não responder, ou responder de forma ineficaz, as perguntas feitas. Além disso, por ser uma forma bastante simples de começar um texto, às vezes não consegue atrair suficientemente a atenção do leitor.
Histórica: Esta introdução traça um rápido panorama histórico da questão, servindo muitas vezes de contraponto ao presente.
Às crianças nunca foi dada a importância devida. Em Canudos e em Palmares não foram poupadas. Na Candelária ou na praça da Sé continuam não sendo.
· Deve-se tomar o cuidado de se escolher fatos históricos conhecidos e significativos para o desenvolvimento que se pretende dar ao texto.
Comparação - por semelhança ou oposição: Procura-se neste tipo de introdução mostrar como o tema, ou aspectos dele, se assemelham - ou se opõem - a outros.
É comum encontrar crianças de dez anos de idade vendendo balas nas esquinas brasileiras. Na França, nos EUA ou na Inglaterra - países desenvolvidos - nessa idade as crianças estão na escola e não submetidas à violência das ruas.
· É bastante importante que a comparação seja adequada e sirva a algum propósito bem claro - no caso, mostrar o subdesenvolvimento brasileiro na questão do menor.
Definição: Parte da definição do significado do tema, ou de uma parte dele.
Menor: o mais pequeno, de segundo plano, inferior, aquele que não atingiu a maioridade. O uso da palavra “menor” para se referir às crianças no Brasil já demonstra como são tratadas: em segundo plano.
· Vale perceber que há, muitas vezes, mais de uma maneira de se definir algo e, portanto a escolha da definição mais adequada dependerá do ponto de vista a ser defendido.
Contestação: Contesta uma idéia ou uma citação conhecida.
O Brasil é o país do futuro. A criança é o futuro do país. Ora, se a criança no Brasil passa fome, é submetida às mais diversas formas de violência física, não tem escola, nem saúde, como pode ser esse o país do futuro? Ou será que a criança não é o futuro do país?
· Repare como esse tipo de introdução pode ser bastante atraente, uma vez que desfazer clichês atrai mais a atenção do que usá-los.
Narração: Trata-se de contar um pequeno fato de relevância como ponto de partida para a análise do tema.
Sentar numa frigideira com óleo quente foi o castigo imposto ao pequeno D., de um ano e meio, pelo pai, alcoólatra. Temendo ser preso, ele levou a criança a um hospital uma semana depois. A mulher, também vitima de espancamentos, o denunciou à polícia. O agressor fugiu.
· Cuidado, ao fazer este tipo de introdução, para não cometer o erro de contar um fato sem relevância, ou transformar toda sua dissertação em uma narrativa.
Estatística: Consiste em se apresentar dados estatísticos relativos à questão a ser tratada.
Quarenta mil crianças morreram hoje no mundo, vítimas de doenças comuns combinadas com a desnutrição. Para cada criança que morreu hoje, muitas outras vivem com a saúde debilitada. Entre os sobreviventes, metade nunca colocará os pés em uma sala de aula. Isso não é uma catástrofe futura. Isso aconteceu ontem, está acontecendo hoje. E irá acontecer amanhã, exceto se o mundo decidir proteger suas crianças.
· Veja que o dado estatístico, muitas vezes, não diz nada por si só. E necessário que ele apareça acompanhado de uma análise criteriosa.
Mista: Procura fundir várias formas de introdução. Veja como o exemplo dado em contestação traz também a introdução com perguntas. Vejamos um outro possível exemplo.
Crianças mortas em frente à Igreja da Candelária. Denúncias de meninas se prostituindo nas cidades e nos campos. Garotos vendendo balas nas esquinas. Não é possível imaginar o Brasil um país desenvolvido e com justiça social enquanto perdurar tão triste quadro.


Verbos de Expressividade
Para afirmação: consistir; constituir; significar; denotar; mostrar; traduzir-se por; expressar; representar; evidenciar.
Para causalidade: causar; motivar; originar; ocasionar; gerar; propiciar; resultar; provocar; produzir; contribuir; determinar; criar.
Para finalidade: visar; ter em vista; objetivar; ter por objetivo; pretender; tencionar; cogitar; tratar; servir para; prestar-se para.
Para oposição: opor-se; contrariar; negar; impedir; surgir em oposição; surgir em contraposição; apresentar em oposição; ser contrário.
Atividade
Refaça o exercício de elaborar introduções de no máximo cinco linhas. Utilize temas de sua preferência, bem como os verbos de expressividade e os diferentes tipos de introdução.
Bom trabalho!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

9º ano - EDA


domingo, 15 de agosto de 2010

Há alternativas para o consumo de papel?





Papel. Para que te quero?
A reciclagem do papel é tão importante quanto sua fabricação. A matéria prima para a fabricação do papel já está escassa, mesmo com políticas de reflorestamento e com uma maior conscientização da sociedade em geral. Com o uso dos computadores, muitos cientistas sociais acreditavam que o uso de papel diminuiria, principalmente na indústria e nos escritórios, mas isso não ocorreu e o consumo de papel nas duas últimas décadas do século XX foi recorde.
Na fabricação de uma tonelada de papel, a partir de papel usado, o consumo de água é muitas vezes menor e o consumo de energia é cerca da metade. Economizam-se 2,5 barris de petróleo, 98 mil litros de água e 2.500 kw/h de energia elétrica com uma tonelada de papel reciclado.
Vantagens de Reciclar Papel
*Redução dos custos das matérias-primas: a pasta de aparas é mais barata que a celulose de primeira. *Economia de Recursos Naturais - Madeira: Uma tonelada de aparas pode substituir de 2 a 4 m3 de madeira, conforme o tipo de papel a ser fabricado, o que se traduz em uma nova vida útil para de 15 a 30 árvores. - Água: Na fabricação de uma tonelada de papel reciclado são necessários apenas 2.000 litros de água, ao passo que, no processo tradicional, este volume pode chegar a 100.000 litros por tonelada. - Energia: Em média, economiza-se metade da energia, podendo-se chegar a 80% de economia quando se comparam papéis reciclados simples com papéis virgens feitos com pasta de refinador. - Redução da Poluição: Teoricamente, as fábricas recicladoras podem funcionar sem impactos ambientais, pois a fase crítica de produção de celulose já foi feita anteriormente. Porém as indústrias brasileiras, sendo de pequeno porte e competindo com grandes indústrias, às vezes subsidiadas, não fazem muitos investimentos em controle ambiental. * Criação de Empregos: estima-se que, ao reciclar papéis, sejam criados cinco vezes mais empregos do que na produção do papel de celulose virgem e dez vezes mais empregos do que na coleta e destinação final de lixo. * Redução da "conta do lixo": o Brasil, no entanto, só recicla 30% do seu consumo de papéis, papelões e cartões. O papel reciclado pode ser aplicado em caixas de papelão, sacolas, embalagens para ovos, bandejas para frutas, papel higiênico, cadernos e livros, material de escritório, envelopes, papel para impressão, entre outros usos. Reciclável: Caixa de papelão Jornal Revista Impressos em geral Fotocópias Rascunhos Envelopes Papel timbrado Embalagens longa-vida Cartões Papel de fax Não Reciclável: Papel carbono Fotografias Fitas adesivas Etiquetas adesivas.
fonte: Ambiente Brasil

Livros digitais



O livro digital seria uma solução para redução do consumo de papel? Quais serias os riscos de se ter todo o acervo literário só em livros digitais? Quais os beneficíos?



Projeto e-paper
Há uma inovação que promete mexer com a imaginação de muita gente: o E-Paper. Essa tecnologia permite a visualização de textos e imagens coloridas (até 4096 cores) numa tela com a espessura de um papel comum, e, atualmente, do tamanho de uma folha A4.
Com essa tecnologia, seria possível que o usuário não comprasse mais o formato tradicional de jornal impresso. Ele simplesmente teria uma única folha, atualizável, que estaria sempre contigo e, a cada dia, teria as notícias atualizadas do seu jornal. Ou melhor, a cada hora. Claro, não somente para substituição do jornal, a tecnologia seria empregada também na ampla utilização de aparelhos como PDAs e Celulares mais finos e até “dobráveis”. Quanto ao jornal, solucionaria um problema ecológico!

Agora pense nas questões a seguir e deixe seu comentário.
Todos somos consumidores de papel. O que cada um de nós pode fazer para reduzir o consumo de papel na escola e em casa? Quais seriam as alternativas para reduzir o consumo de papel no comércio e nos escritórios? Por que é necessário reduzir o consumo de papel? Se isso não acontecer, quais as consequências futuras?

Razão x emoção


SINOPSE DO FILME EQUILIBRIUM
Nos primeiros anos do século XXI aconteceu a 3ª Guerra Mundial. Aqueles que sobreviveram sabiam que a humanidade jamais poderia sobreviver a uma 4ª guerra e que a natureza volátil dos humanos não podia mais ser exposta. Então uma ramificação da lei foi criada, o Clero Grammaton, cuja única tarefa é procurar e erradicar a real fonte de crueldade entre os humanos: a capacidade de sentir, pois há a crença de que as emoções foram culpadas pelos fracassos das sociedades do passado. Desta forma existe um estado tolitário, a Libria, que é comandado pelo "Pai" (Sean Pertwee), que só aparece através de telões. Foi decretado que os cidadãos devem tomar diariamente Prozium, uma droga que nivela o nível emocional. As formas de expressão criativa estão contra a lei, sendo que ao violar qualquer regulamento a não-obediência é punida com a pena de morte. John Preston (Christian Bale) é um Grammaton, um oficial da elite da lei, que caça e pune os "ofensores", além de ter poder para mandar destruir qualquer obra de arte. Um dia, acidentalmente, Preston não toma o Prozia. Pela primeira vez ele sente emoções e começa a fazer questionamentos sobre a ordem dominante.

O filme “Equilibrium” apresenta questões interessantes a se pensar, vejamos:
O sentimento humano vale a pena?! Ou seria melhor se o mundo fosse movido apenas pelo raciocínio lógico? As emoções são mesmo as grandes responsáveis pelas mazelas (aflições, infortúnios) da humanidade?!
Opine sobre essas questões.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Crônica de Arnaldo Jabor

A MAIS PURA VERDADE...

A medida que envelheço e convivo com outras, valorizo mais ainda as mulheres que estão acima dos 30. Elas não se importam com o que você pensa, mas se dispõem de coração se você tiver a intenção de conversar. Se ela não quer assistir ao jogo de futebol na tv, não fica à sua volta resmungando, vai fazer alguma coisa que queira fazer...
E geralmente é alguma coisa bem mais interessante. Ela se conhece o suficiente para saber quem é, o que quer e quem quer. Elas não ficam com quem não confiam. Mulheres se tornam psicanalistas quando envelhecem.
Você nunca precisa confessar seus pecados... elas sempre sabem... Ficam lindas quando usam batom vermelho. O mesmo não acontece com mulheres mais jovens... Mulheres mais velhas são diretas e honestas.
Elas te dirão na cara se você for um idiota, caso esteja agindo como um!
Você nunca precisa se preocupar onde se encaixa na vida dela. Basta agir como homem e o resto deixe que ela faça... Sim, nós admiramos as mulheres com mais de 30 anos! Infelizmente isto não é recíproco, pois para cada mulher com mais de 30 anos, estonteante, bonita, bem apanhada e sexy, existe um careca, pançudo em bermudões amarelos bancando o bobo para uma garota de 19 anos...
Senhoras, eu peço desculpas! Para todos os homens que dizem: "Porque comprar a vaca, se você pode beber o leite de graça?", aqui está a novidade para vocês: Hoje em dia 80% das mulheres são contra o casamento e sabem por quê?
"Porque as mulheres perceberam que não vale a pena comprar um porco inteiro só para ter uma lingüiça!". Nada mais justo!
Arnaldo Jabor

A última crônica
Fernando Sabino
A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: “assim eu quereria o meu último poema”. Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.
Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.
Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho - um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular.
A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.
São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a Coca-Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: “Parabéns pra você, parabéns pra você...”. Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura — ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido — vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.
Elenco de cronistas modernos. 21ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2005.

sábado, 5 de junho de 2010

sábado, 15 de maio de 2010

Plano de aula - Ficção Científica

Ficção Científica

Modalidade / Nível de Ensino

Componente Curricular

Tema

Ensino Fundamental II

Língua Portuguesa

Ficção científica

Dados da Aula

O que o aluno poderá aprender com esta aula

Características da ficção científica.

Semelhanças e diferenças entre conto de ficção científica e filme de ficção científica.

Produzir um conto de ficção científica

Duração das atividades

Aproximadamente 12 aulas de 50 mim. (03 para introdução do assunto, comercial do filme e assistir ao filme; 02 p/ apresentação, discussão e elaboração de mural com artigos/reportagens/notícias sobre pesquisas científico-tecnológicas; 01 aula para os questionamentos sobre o filme, 01 aula para leitura e discussão do conto; 01 aula para produção do conto; 02 a 03 aulas para revisões nos contos e publicações. No caso de se ler outros contos pelo menos mais 01 aula.)

Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Relações entre ciência, imaginação e realidade.

Filmes de ficção científica aos quais os alunos já tenham assistido.

Noções de desenvolvimento científico-tecnológico.

Noções sobre contos.

Procedimentos e recursos da aula

Levantar conhecimentos prévios dos alunos a cerca de filmes aos quais eles assistem, identificando características da ficção científica.

Levantar conhecimentos prévios dos alunos sobre histórias/contos que eles conheçam com temática relacionada à ficção científica.

Comentar algumas características do filme “Eu, Robô” e chamar a atenção para pontos aos quais os alunos devam atentar-se.

Assistir ao filme “Eu Robô”.

Solicitar aos alunos que levem para a aula notícias/reportagens/artigos sobre pesquisas científico-tecnológicas e pedir que eles apresentem para os colegas. Organizar, em seguida, um mural com o material trazido pelos alunos.

Discutir o filme, levantando questões como (As questões podem ser debatidas só oralmente ou pode solicitar que primeiro os alunos respondam-nas no caderno):

  • Que fatos parecem fora do comum no filme? Por quê?

  • Que fatos estranhos, fora do comum tornam-se coerentes com a realidade em algum momento? Justifique isso.

  • Há verossimilhança no filme (índices, coerência do tempo, de elementos do cenário)? É preciso deixar claro o que é verossimilhança.

  • Qual é a verdade científica apresentada?

  • Que assuntos o filme permite discutir além da tecnologia?

  • Quais conseqüências o filme pressupõe? Que perigos?

  • As descobertas científicas podem trazer prejuízos à humanidade? Exemplifique.

  • Qual é o tempo em que se passa a história do filme?

  • Onde acontece o enredo?

  • A imagem de futuro projetada pelo filme é otimista ou pessimista? Por quê?

  • Quais os momentos de maior suspense?

  • Cite relações de causa e conseqüência apresentadas no filme.

Ler o conto “A Estrada” de Ray Bradbury (ou outro com evidentes pontos de intertextualidade com o filme. (Usou-se esse para aproveitar a sequência do livro didático que usamos.)

*Seria interessante ler mais alguns contos dessa modalidade com a turma para que tivesse mais contato como gênero e, consequentemente, mais facilidade para produzir seu texto.

Basicamente as mesmas questões discutidas no filme deverão ser discutidas no texto, ressaltando as características do gênero conto, mais especificamente ainda do conto de ficção científica.

Solicitar que os alunos produzam um conto de ficção científica para publicar em um fanzine. (Esclarecer o que é fanzine. Também deixar claro desde o início que no final o aluno fará uma produção para publicação.)

Sob orientação do professor, realizar revisão/refacção textual.

Encaminhar para publicação. Pode ser em um fanzine feito pelos alunos ou de algum site.

Recursos Educacionais

Nome

Tipo

Ficção científica

Filme e conto

Recursos Complementares

Recurso visual (TV com DVD ou projetor multimídia), revista, jornal, papel craft, pincel atômico, computador/internet, sala de aula, conto em folha impressa ou em livro, caderno, caneta, lápis , borracha, dicionário.

Avaliação

Pesquisas, participação nas discussões, realização do mural, produção de conto de ficção científica, correções no conto e sua publicação.


Elielson Ferreira Bezerra

Chapadão do Céu-GO, maio de 2010

Tecnologia e educação